segunda-feira, 14 de maio de 2012

Teste do pezinho


Relaxando na casa da vovó após o teste do pezinho.


Amenizada a angústia por conta da amamentação e um pouco mais tranquila por ver minha filhota sendo alimentada, pudemos começar a curtir nossa pequena. Muito bom vê-la mais tranquila e alimentada.

A primeira saída de Julia foi para o tão “temido” teste do pezinho. De tanto ouvir horrores sobre como o bebê sofre e chora com os furinhos no calcanhar, segui para a clínica apreensiva, talvez ainda fragilizada pela lembrança dos choros incessantes de antes.

Mas a nossa pequena surpreendeu...no colo do pai chorou apenas de leve, cessando o desconforto em seguida e arrancando da maezinha aqui, que se encontrava com as mãos suando e geladas, um sorriso feliz, orgulhoso e aliviado. Em seguida, foi só relaxar na casa da vovó.


Fiquei sabendo que existem vários tipos de teste do pezinho...infelizmente, as pessoas que dependem do SUS aqui em Sergipe só têm acesso ao teste que diagnostica duas ou três doenças. Diante da injusta realidade da saúde pública em nosso país, somos afortunados por podermos pagar um plano de saúde que cobre um exame mais completo.  








segunda-feira, 7 de maio de 2012

Amamentação




Parafraseando minha amiga Romeluzia : “ Como é difícil ser mamífero”.







Foi com muita tristeza que constatei que não conseguiria amamentar Julia, em função da mamoplastia que fiz há 20 anos atrás. Ainda guardava a esperança de ser uma exceção e conseguir por alguns meses dar leite materno para minha bebê, mesmo tendo consciência de que aleitamento materno exclusivamente seria impossível e que eu teria que complementar com leite artificial.

Ao recebermos alta do hospital questionei ao pediatra (neonatologista que recepcionou minha bebê) se não seria necessário prescrever logo o leite artificial, pois embora a descida do leite materno demore alguns dias para todas as mulheres, o meu caso ensejava uma cautela maior.

Como eu tinha colostro, o pediatra achou por bem aguardar um pouco mais e me orientou a colocá-la no peito sempre que pudesse para estimular essa descida.
E assim, confiantes, saímos da maternidade. Mal sabíamos os dias terríveis que se seguiriam.

Foram apenas 04 dias...é, 04 longos e tenebrosos dias com minha bebê chorando de fome, sem que eu tivesse leite o suficiente para alimentá-la. Não conseguimos contato com o pediatra e ainda acreditávamos que eu teria leite. Cheguei a ter os seios endurecidos, semelhante à apojadura e crédulos, prosseguíamos tentando. Um estresse pavoroso pelas noites em claro com ela chorando e só parando, quando adormecia por puro cansaço. E nós, ingênua ou estupidamente, acreditando que o leite chegaria. Só de lembrar me corta o coração e dá um nó na garganta.

Tivemos a ajuda de um anjo bom chamado Joana, a tia Joaninha, que nos prestou todo o apoio que podia e muito mais. Por duas vezes, inclusive, chegou a amamentar minha filhota. Nunca poderemos recompensá-la à altura.

Somente na segunda-feira pudemos ir ao banco de leite onde formos maravilhosamente acolhidos, sendo constatada minha baixa produção e o pior: que Julia havia perdido mais de 20% do peso com o qual nasceu. O tolerado é no máximo de 10 %. Foi um choque e uma angústia sem fim. Senti-me culpada por ter feito a cirurgia e por não ter insistido com o pediatra sobre o leite artificial. Coloquei a vida dela em risco e isso muito me machuca.

Erramos sim, mas por ingenuidade, despreparo e pela vontade enorme de amamentar minha filha.

Tentei de tudo para que mesmo recebendo a alimentação artificial minha filha não largasse o peito...mas foi em vão. Ainda na gravidez eu havia adquirido um produto chamado mama tutti, que é usado em relactação e consiste em administrar o leite artificial por uma sondinha colocada junto ao seio, ao mesmo tempo em que o bebê mama. Tal processo deu certo algumas vezes mas tornou-se inviável pois é necessário ajuda de outra pessoa além do custo acabar se tornando absurdo pois cada sondinha é descartável.

Chorei muito, me angustiei e me culpei bastante e até hoje sinto profundamente não poder ter amamentado minha filha, mas procuro pensar que fiz o possível e que o vínculo que temos se constrói com muito mais coisas que apenas a amamentação.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

ELA CHEGOU!!







 Finalmente chegou o tão esperado dia 25 de abril, dia do nascimento de nossa filha Julia, dia da temida cesariana, dia do meu nascimento como mãe e do nascimento de Max como pai. Foi um dia emocionante, começando pela minha saída às 04:30 hs da madrugada da casa de minha mãe (antes minha casa), para onde não retornei depois da maternidade, pois iríamos começar vida nova em nosso novo lar. Deixei e levei saudades...

Tudo foi rápido e às 06:00 hs minha pequena nasceu e quando ouvi seu chorinho a recebi com um sorriso, um beijinho e um feliz sussurro - “seja bem vinda filha”. Durante a cirurgia fiquei um pouco apreensiva pela certa dificuldade em retirar minha pequena, pois a danadinha, ainda transversa, “subiu” um pouco mais parecendo resistir em ser retirada de sua casinha redonda.

Max acompanhou a tudo calma e atentamente, mesmo diante da estranheza quando o médico disse para que eu prendesse a respiração e fizesse força, evidenciando a dificuldade em retirar nossa bebê. E depois a recebeu em seus braços pela primeira vez...momento mágico!!

Meu sobrinho Fabio, estudante de enfermagem ávido por conhecimento e novas experiências, não conseguiu assistir à cesárea mas foi recompensado quando pegou minha pequena no colo. Acho que ele vai acabar se encantando pela especialidade obstetrícia. 

Ainda na sala de recuperação, após a demora em liberarem o apartamento onde ficaria, recebi Julia que estava “esfomeada” e “inquieta”, palavras da enfermeira, para que colocasse lhe oferecesse o peito. Assim foi feito e ela se acalmou, mal sabia eu o quanto esse tema “amamentação” se transformaria em um pesadelo.
Recebemos alta dois dias depois e começou então uma nova vida agora a três...



quarta-feira, 11 de abril de 2012

MEU DIA DE PARIR.






Hoje fui a mais uma consulta e acabou se confirmando o que eu temia: terei que fazer uma cesárea. Minha pequena está em posição transversa e, devido a problemas anatômicos do meu útero aliados às cirurgias que já fiz, o parto normal tão sonhado não acontecerá. 

O mais próximo que eu chegaria de um parto normal seria se Julia se antecipasse ao dia marcado para a cirurgia (25/04), eu entrasse em trabalho de parto e pudesse ao menos sentir as dores, as contrações (que chamo de meus pequenos abraços em Julia), ter a sensação de participar um pouco mais ativamente desse processo tão maravilho. Seria uma experiência única...mas tenho que me render ao mais seguro para minha bebê e, até mesmo, para mim.

É estranho ter marcado o dia de parir...é tão antinatural,  é como se parissem por mim.  Fico triste em pensar que minha bebê será surpreendida por alguém que "invadirá" sua "casinha redonda" e vai tirá-la de lá...sem, talvez, que ela esteja pronta para isso. Preferia que ela sinalizasse, através de meu corpo, quando chegasse a hora.

É um tanto frustrante não poder ser a protagonista do meu próprio parto mas estou procurando focar no propósito maior de ter em meus braços em breve, com saúde e segurança, o meu bem mais precioso. Confio no meu médico que já me acompanha há mais de 16 anos, não me sinto capaz de contestar os argumentos médicos apresentados por ele e acabar sendo responsabilizada por algo de adverso que possa ocorrer....quem se atreveria a arriscar quando os riscos lhe são apontados com tanta ênfase?!

Tudo que li e tentei aprender sobre parto normal, ativo e humanizado me encantou, mexeu comigo e não foi em vão -  muito pelo contrário - me fez valorizar ainda mais a dádiva de gestar um filho em meu ventre e aprender mais sobre meu corpo, minha feminilidade e força. Vou tentar canalizar esse poder sobre mim mesma para a minha recuperação, para o meu pós-operatório, o que consequentemente beneficiará minha filhota. 

Só me resta aguardar pelo dia 25 de abril de 2012... o dia mais especial de minha vida, aquele que mudará nossas vidas para sempre. Que seja um dia lindo, repleto de alegrias, boas vibrações, coroado com a chegada de uma princesinha saudável e fofinha , com direito a pais babões... enfim, dia do nascimento de uma família feliz!!!!!!!!! 

terça-feira, 3 de abril de 2012

RECADINHO

Estou nas últimas semanas de gestação e nos meus lidos pela net encontrei esse "recadinho", lindo, postado por uma Doula, a Cris. Nesse momento de ansiedade e alguns medinhos me emocionou pensar o quanto gostaria de entrar em trabalho de parto e passar por todo o processo naturalmente... 

Estou chegando…




Estou pronta, logo você vai sentir o seu corpo mudar e os meus sinais. Não tenha medo mamãe, tudo vai acontecer devagar para que você se acostume com as mudanças, lentamente seu corpo fará tudo o que precisa e eu vou ajudar. Estamos juntas nessa viagem, e juntas vamos conquistar essa grande vitória. Tenha calma, me espere, descanse, durma e deixe fluir. Faça o que o seu corpo pedir e não pense em nada, ouça as mensagens que eu mando, só você pode entender. Em breve você vai me sentir chegando, descendo e girando, não tenha pressa e respire, estou chegando. E se começar a perder o controle, lembre-se que tudo isso é natural e que logo estarei em seus braços, em breve vamos iniciar mais uma linda etapa de nossas vidas. Espere  mamãe, estou quase aí.

Por Cris Doula

segunda-feira, 2 de abril de 2012

PARA RECORDAR SEMPRE!

Estou apaixonada pela minha barriga de grávida...e principalmente pela minha pequena que está em seu interior. Apesar de todo o desconforto, peso e dificuldade para dormir, já estou sentindo saudade dessa barriga.









Tenho 40 anos e provavelmente Julia será filha única...então, é bem possível que não tenha outra gravidez...outra barriguinha linda, toda especial como esta. 





Essa semana fizemos as fotos e fiquei muito feliz com o resultado, será uma recordação linda, para sempre, desse momento tão especial. Estávamos felizes, energizados e em alguns momentos me senti em estado de graça.


 





Vou adorar mostrar essas fotos a Julia... as fotos de sua casinha redonda, seu primeiro lar!! E espero que ela perceba o quanto sempre foi querida, desejada e o quanto estávamos felizes por tê-la ali conosco.








É um momento muito especial e emocionante na vida de uma mulher, de um casal e merece ser retratado com toda beleza e magia que o cercam. 





A gravidez tem seus momentos menos glamourosos, é claro, aqueles de dúvida, dor, desconforto, incômodo, inseguranças etc... E quando o filho nasce muitos outros momentos difíceis ainda virão. Quem sabe as fotos ajudem a não esquecermos dessa sensação de felicidade e plenitude, do compromisso de receber essa nova fase como uma benção permeada por desafios e alegrias.  

terça-feira, 20 de março de 2012

ESSA FASE FINAL...




Entrando no último mês!! Ufa, que caminhada até aqui! A ansiedade toma conta mais do que nunca...ela e os pés e mãos inchados, a dificuldade em conseguir uma posição para dormir, dores ocasionais e principalmente o grande sorriso no meu rosto. Não vejo a hora de estar com minha pequena nos braços, saudável e feliz. Os movimentos de Julia estão cada vez mais fortes e freqüentes, parece que me pede para sair de sua “casinha redonda”...será que vai ser agoniada que nem a mãe?!   É extremamente delicioso sentir as mexidas e até os soluços de Julia...vou sentir uma falta enorme disso. 


Converso muito com ela, canto enquanto aliso e embalo a barriga. Descobrimos músicas de todos os estilos, transformadas em canções de ninar, sons de caixinha de música...é o maior barato Beatles, Metálica, Pink floyd, Nirvana, Bob Marley, tudo para bebês. Também me atrevo a cantarolar alguma coisa de MPB que eu curto. Não sei se tem algum efeito mas creio que o vínculo entre nós duas só tem a ganhar com isso. Na última ultrassom percebemos que a danadinha está sentada...folgada toda...e espero que encaixe na posição cefálica até o momento do parto, senão terei que me render à cesariana e isso é tudo o que eu não quero.


Estou meio paranoica com as contrações que venho sentindo...as tais contrações de treinamento que são quase sempre indolores mas assustam um bocado. Parece que a qualquer momento elas vão se transformar nas contrações de trabalho de um parto antes da hora.

Outro dia estava pensando em como me sinto especial estando grávida e já me vejo sentindo saudade da barriga. É incrível você dormir, acordar, fazer suas coisas, sempre acompanhada, a cada instante, por um ser que está se formando em seu ventre, ter dois corações batendo dentro de vc. Agora eu nunca me sinto sozinha. A gente pensa que é um amor novo que está surgindo, mas na verdade é como se esse amor todo estivesse lá dentro, quietinho, esperando para desabrochar com a chegada do nosso bebê.

Poder falar para alguém que você o ama é fantástico e sendo esse alguém um ser que vc ainda nem viu é mais impressionante ainda, é meio que um amor idealizado, ficamos imaginando como será essa pessoinha (não apenas fisicamente) que preencherá nossa vida. É preciso um controle enorme para não se deixar levar por expectativas...afinal, tudo pode ser bem diferente do que se imagina.  

 O fato de estar chegando a hora faz a gente pensar...muita coisa está prestes a mudar.Tento me preparar (como se isso fosse totalmente possível) para os desafios, desencontros e responsabilidades dessa nova etapa de minha vida...e admito que não é fácil sair da zona de conforto e explorar novas perspectivas, mas esse amor fundamental, inexplicável e verdadeiro será o meu estímulo para fazer o melhor que eu puder. Isso só a vida real nos dará. As coisas nunca mais serão como antes...mas porque não pensar que serão melhores?!!! Só nos resta "recriar o paraíso agora para merecer quem vem depois".

segunda-feira, 5 de março de 2012

Meu presente: um PAI PRESENTE.


Nesta postagem faço uma homenagem a Max, meu Mah, meu companheiro e futuro papai da Julia. Tem sido encantador ver o pai que está nascendo em vc. Te amamos, viu?!




Por mais que tenhamos a mente aberta, sem machismos ou feminismos exacerbados, há sempre uma divisão de papéis entre homens e mulheres. Isso também fica evidente neste momento de preparação para chegada de nossa filha. Sei muito bem que a mulher gestando passa pelas maiores transformações, de físicas a emocionais, porém o futuro pai também não surge de uma hora para outra...são dois novos papéis, de mãe e pai, que terão que ser aprendidos. Posso dizer que a mãe que há em mim e o pai que há nele estão em continuo nascimento. Pensando assim, é sábia a natureza que nos dá esse tempo de nove meses (embora seja difícil essa espera que parece não ter fim), pois na verdade serão três pessoas a nascer: pai, mãe  e filha. 

Minha alegria tem sido perceber que Max é muito presente desde o começo. Foi ele que percebeu minha cintura mais larga e categoricamente disse: Sol vc está grávida! Naquela mesma noite compramos um teste de farmácia e surgiu o positivo que mudaria nossas vidas. Ele não falta a uma consulta ou ultrassom sequer. Opina, tira dúvidas com o médico, se interessa pelas coisas que eu leio sobre o tema gravidez, acompanha pelo site o desenvolver semanal da gravidez, me apóia quando digo que quero ter um parto normal. Sempre foi extremamente cuidadoso comigo e agora isso é ainda mais forte.

Max treina junto comigo a troca de fraldas e o banho em CACO nosso cobaia macaquinho de pelúcia. Isso me encanta pois sei que essas tarefas caberão com mais freqüência a mim, até porque ele volta a trabalhar bem mais cedo. Tenho certeza de que os momentos que ele compartilhará com ela, mesmo que nessas tarefas rotineiras, serão fundamentais para aumentar o vínculo, a amizade e cumplicidade entre eles, e acredito que tais momentos devam ser incentivados sempre. Max curte comigo cada roupinha, produto e objeto comprado para Julia, mesmo não entendendo muito para que “tanta coisa”, no universo mais prático dos homens.

Conversamos muitas vezes sobre a forma como educaremos nossa filhota, sobre como lidaremos com autoridade, e divagamos sobre como será a personalidade dela, suas reações etc...pode parecer bobagens de pais de primeira viagem, mas me emociona como a idéia de ser pai foi absorvida por ele com delicadeza, alegria e boas perspectivas.

Estamos enfrentando ainda a mudança de conviver sob o mesmo teto...o que até então não acontecia pois morávamos com nossas respectivas famílias. Mas fica evidente em seus gestos e em nossas conversas a disposição para acertar, como ele mesmo diz: o fazer direito, fazer dar certo. É muita mudança de uma vez mas  Mah tem se saído muito bem e fico cada dia mais orgulhosa do marido, companheiro e pai no qual ele vem se transformando.

Nesse emaranhado de papéis, mãe e pai, acabam sendo um só, devem se somar pois o nosso principal papel é amar, cuidar e ensinar esse ser que tem o condão de estreitar os laços de afeto, cumplicidade e responsabilidade. E é delicioso ter um pai presente...um presente de pai para nossa Julia.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

QUARTO QUASE PRONTO

Entrando no 8º mês. Até o médico comentou que a minha gravidez está surpreendendo, evoluindo melhor que o esperado. Que bom, espero que isso conte na hora em que eu revelar que desejo ter um parto normal. Todos dizem que o meu médico tende à uma cesariana, mas compreendo isso pois a grande maioria de suas pacientes é gestante de risco.

Esse último mês foi bem agitado: alugamos o apê e começamos, aos poucos, a deixá-lo "funcional", como Max costuma dizer. Nossa preocupação era de que quando Julia chegasse (e isso pode ocorrer antes da data prevista 30/04) tivéssemos o quarto dela e o nosso pronto, bem como a cozinha. O restante da casa vai sendo providenciado aos poucos

Como as coisas estão correndo tão bem, conseguimos ir mais além e até dia 15 de março receberemos os últimos móveis de sala e mesa de jantar...o que para nós será um luxo.

As roupinhas e lençóis já estão lavados e exaustivamente passados. No quarto dela só faltam alguns itens de decoração, como  o papel de parede. Até a cadeirinha já está no carro, sendo ocupada provisoriamente por nosso CACO (macaquinho de pelúcia) que tem sido nosso cobaia nas lições de troca de fraldas. 

Contagem regressiva a chegada de Julia e a ansiedade toma conta. Um vai-e-vem de apreensões que são de praxe em mães de primeira viagem: saber dar banho, cuidados com o umbigo, conseguir amamentar, deixá-la dormir sozinha no berço...e por aí vai. Mas tudo isso faz parte do desafio e crescimento de ser mãe.













segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

GRÁVIDA AOS 40...QUEM DIRIA?!



Dia 25 de janeiro fiz 40 anos e, ao mesmo tempo, completei 27 semanas de gravidez. O mais especial aniversário de minha vida embora, neste em particular, todas as atenções tenham sido para Julia: desde presentes até votos de um desenvolvimento tranqüilo e sem interrupções. Parece frase feita, mas é isso mesmo: o maior presente que eu poderia ter aos 40 anos foi comemorá-lo com um barrigão de 7 meses. O sonho de ser mãe já me acompanhava há muito tempo, desde que perdi um bebê no quinto mês de gestação, há quase 15 anos. Já imaginava que o realizaria apenas através de meus 14 sobrinhos ou de uma adoção.

De repente, eis que surge em nosso caminho a pequena Julia, contra todos os prognósticos, mostrando a força que as coisas têm quando devem acontecer. E olhando agora a minha vida, com mais calma, percebo que é o melhor momento para sua chegada. A estabilidade profissional e emocional, adquirida com o passar dos anos, só conta a nosso favor. Acredito que ao ter filhos quando somos mais jovens sentimos muito mais a responsabilidade, estamos menos seguros profissionalmente, financeiramente e emocionalmente. Até o fato de ter que abrir mão de uma vida social mais agitada pesa muito menos hoje do que se fossemos pais mais jovens.Tenho certeza de que ficar em casa curtindo o maridão e a filhota não será nenhuma rotina tediosa. Antes da gravidez já éramos um casal de poucas “baladas”, o que mais sinto falta de nossos passeios e trilhas de bike, além das sessões notívagos e viradas cinematográficas do cinecult.

Meu corpo quarentão tem respondido bem à gestação embora deva confessar que o repouso absoluto, por conta dos problemas iniciais, me permitiu descansar livre da rotina de 08 horas diárias de trabalho. Consegui mudar hábitos alimentares que não contribuíam com uma boa nutrição, como por exemplo refrigerantes, doces em excesso, frituras etc, essa disciplina é outra característica favorecida pela maturidade.

Já me preocupei com o fato de que quando Julia tiver seus 20 anos eu estarei com 60 e Max pertinho disso, mas logo tiro essa preocupação de meu coração porque a nossa idade é apenas cronológica. Nosso espírito é jovem, disposto a participar ativamente de cada etapa da vida de nossa filha, ensinando e aprendendo sempre com ela.

Enfim, parabéns para mim, parabéns para Julia que supera a cada dia as expectativas negativas e parabéns a todas as mães de 20, 30, 40, 50anos... 

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

DOR E ALEGRIA



Entrei no sétimo mês, inicia-se a jornada do último semestre de gestação, e a alegria de ter nossa filhota vencendo etapas é boa demais. Meu grande desejo é conseguir chegar ao nono mês e poder ter minha Julia de forma natural, ou ao menos um parto vaginal...nada de cesariana. 

Sei que tenho uma luta pela frente pois para o meu médico meus 40 anos (completos amanhã), aliados a um útero bicorno  com um histórico de septoplastia , somados ao aborto que sofri na minha primeira gestação, me classificam como grávida de alto risco e me remetem  à dura realidade de uma cesariana.

Só me resta tentar me preparar física e psicologicamente para reverter essa história e conseguir ter o parto que eu tanto sonhei: normal, comigo dando o melhor de mim para que minha filhota venha ao mundo da forma menos traumática e benéfica para ela. É o acesso mais forte e pessoal à minha feminilidade, ao controle sobre mim mesma e à minha capacidade de superação.

Nas leituras sobre parto ativo e humanização do parto encontro sempre menção ao grande fantasma que aterroriza as gestantes que pensam em um parto normal: A DOR. A idéia de sentir “a maior dor que já senti na vida” amedronta um pouco mas eu penso a dor, ou pelo menos, essa dor, de uma forma um pouco diferente.  Imagino que seja algo intenso e difícil mas, se meu corpo está preparado para ela, é uma dor esperada, não patológica e é possível de ser suportada e superada. É dor única, sem igual, que não durará para sempre, no máximo um punhado de horas, mas me trará uma recompensa para toda a vida (minha princesinha), essa sim para sempre, que também será única, sem igual, especial e inesquecível.

As pessoas falam de uma cesariana como se fosse garantia de tranqüilidade e ausência de dor, esquecendo-se que o pós- operatório dessa cirurgia envolve dores, limitações, cuidados muito mais prolongados que os que ocorrem no parto normal.

Vou tentar, até o último instante, ter um parto normal que marcará a mim e a minha filha, porém sua marca será muito mais pelo benefício, pelo vínculo criado e beleza do momento que pela dor passageira...essa dirá adeus tão logo meu corpo tenha cumprido seu papel e será rapidamente esquecida.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

ESSE NOSSO MOMENTO...





Gosto bastante do blog mamíferas e leio sempre que posso. São textos muito bons, bastante enriquecedores, criativos, divertidos e inteligentes. É de grande ajuda nessa fase de inúmeras dúvidas, de grande ansiedade e longa espera.


 E por falar em espera há um post fantástico que, inclusive, compartilhei em meu face. Descreve com exatidão o turbilhão de sentimentos e sensações que vivenciamos nesse nosso momento. Essa espera é mesmo um rico aprendizado pessoal, uma deliciosa e surpreendente viagem para dentro de si mesma, na procura de tornar-se uma pessoa melhor capaz de receber, cuidar e amar, esse novo ser que vai chegar, com dignidade, coerência e de forma incondicional.


Segue abaixo:


A arte de esperar

por Kalu

Foto: Kalu Brum.
E de repente está lá dentro. É só uma idéia, um desejo, uma vida que se adéqua aquele morador misterioso do quarto fechado. Dizem que ele aparecerá em quarenta semanas, mas até a idéia de um tempo tão longo é meio vaga.
Perguntam quanto tempo ele está lá. A gente não se e pouco se preocupa com as contas, 12 ou 15 semanas, tanto faz. Nem parece que está por lá. A gente ainda não espera. Idealiza mais do que qualquer coisa. A gente vive em paralelo a existência.
Mas a data de chegar se aproxima. E começamos a pensar como será sua chegada. Pode ser a qualquer hora. Lá dentro o universo arruma o esperado ser até que esteja pronto. Soarão os sinos para sua chegada, antes que a cortina comece a se abrir.
Esperar é das tarefas mais difíceis. Não sabemos por quanto tempo esperar, não sabemos o que nos espera. Lá fora querem que a gente o apresse, que batamos na porta ou que arrombemos a fechadura.
Que graça terá recebê-lo sem que esteja pronto, tendo ele que se compor em uma incubadora?  Esperar desperta as nossas virtudes. Gestamos a paciência, a confiança, a fé e a certeza. Na espera sentamos ao lado do medo, batemos bato com nossas frustrações, choramos com nossas cicatrizes de alma. Quem espera pulsa.
Por vezes achamos que a maçaneta girou ou que um barulho estranho aconteceu lá dentro.  Entendemos que produzimos na ansiedade de quem quer arrombar o buraco da ampulheta sinais não verdadeiros.
E na espera aprendemos mais sobre nós, a colocar nossas virtudes em cena. Relaxar na espera é uma linda lição. Esperaremos a hora dele andar, falar, dormir sozinho, fazer a primeira viagem. Se soubermos respeitar veremos o milagre.
A porta se abrirá, rangendo, devagar e lindamente. Aparecerá uma cabeça, um corpo. Olhos sorridentes, bocas gratas silenciosas por sua espera. A gente duvida se a porta se abrirá. Mas ela sempre se abre. Cabe manter-se confiante na sala de espera.

Posição como mãe dorme aumenta chance de morte prematura do bebê

Eu já havia lido sobre isso e venho praticando dormir do meu lado esquerdo, desde o início da gravidez. apesar de a cada dia ficar mais difícil e incômodo encontrar uma posição para deitar, pelo visto, tenho feito a coisa certa.



FONTE: FOLHA ON LINE

NOVA FASE

Chegando ao fim do sexto mês. Uma caminhada e tanto iniciada com o susto de um descolamento placentário de 60%. Repouso absoluto, afastamento total do trabalho (até então minha maior fonte de realização, alegria e prazer), ter que aprender a se deixar ser cuidada. Para mim, pessoa acostumada a "se bastar", tudo isso foi um desafio. Mas acaba sendo um treino para a vivência da maternidade que requer paciência, abnegação, doação constante, amor incondicional, desapego de si em prol de uma nova vida. 


Em todo tempo a compreensão, paciência o apoio constante e diário de Mah, meu companheiro, foi fundamental. Outra pessoa de fundamental importância para que tenha chegado até aqui foi a minha chefe Danielle Garcia que tem me proporcionado as condições necessárias para uma gravidez sem mais sobressaltos, tranquila e em casa. Ela é dessas pessoas com que a vida te presenteia e que se tornam queridas e exemplos para toda a vida.

Muitos momentos ruins ficaram para trás: sangramentos, ultrassons com a conclusão: Ameaça de Abortamento, evitar qualquer tipo de carícia mais íntima porque a excitação faz o útero contrair, angústias, medos, privações.
Muitos momentos bons surgiram: minha barriga crescendo cada dia mais, ultrassons tranquilas e com ótimo prognóstico, sentir minha filhota mexer, "ver" seu desenvolvimento, diminuir as privações, começar o enxoval, sonhar com Julia e até "sentir" seu cheirinho. Poder relaxar um pouco mais e fazer planos...muitos planos junto com meu Mah.