segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

GRÁVIDA AOS 40...QUEM DIRIA?!



Dia 25 de janeiro fiz 40 anos e, ao mesmo tempo, completei 27 semanas de gravidez. O mais especial aniversário de minha vida embora, neste em particular, todas as atenções tenham sido para Julia: desde presentes até votos de um desenvolvimento tranqüilo e sem interrupções. Parece frase feita, mas é isso mesmo: o maior presente que eu poderia ter aos 40 anos foi comemorá-lo com um barrigão de 7 meses. O sonho de ser mãe já me acompanhava há muito tempo, desde que perdi um bebê no quinto mês de gestação, há quase 15 anos. Já imaginava que o realizaria apenas através de meus 14 sobrinhos ou de uma adoção.

De repente, eis que surge em nosso caminho a pequena Julia, contra todos os prognósticos, mostrando a força que as coisas têm quando devem acontecer. E olhando agora a minha vida, com mais calma, percebo que é o melhor momento para sua chegada. A estabilidade profissional e emocional, adquirida com o passar dos anos, só conta a nosso favor. Acredito que ao ter filhos quando somos mais jovens sentimos muito mais a responsabilidade, estamos menos seguros profissionalmente, financeiramente e emocionalmente. Até o fato de ter que abrir mão de uma vida social mais agitada pesa muito menos hoje do que se fossemos pais mais jovens.Tenho certeza de que ficar em casa curtindo o maridão e a filhota não será nenhuma rotina tediosa. Antes da gravidez já éramos um casal de poucas “baladas”, o que mais sinto falta de nossos passeios e trilhas de bike, além das sessões notívagos e viradas cinematográficas do cinecult.

Meu corpo quarentão tem respondido bem à gestação embora deva confessar que o repouso absoluto, por conta dos problemas iniciais, me permitiu descansar livre da rotina de 08 horas diárias de trabalho. Consegui mudar hábitos alimentares que não contribuíam com uma boa nutrição, como por exemplo refrigerantes, doces em excesso, frituras etc, essa disciplina é outra característica favorecida pela maturidade.

Já me preocupei com o fato de que quando Julia tiver seus 20 anos eu estarei com 60 e Max pertinho disso, mas logo tiro essa preocupação de meu coração porque a nossa idade é apenas cronológica. Nosso espírito é jovem, disposto a participar ativamente de cada etapa da vida de nossa filha, ensinando e aprendendo sempre com ela.

Enfim, parabéns para mim, parabéns para Julia que supera a cada dia as expectativas negativas e parabéns a todas as mães de 20, 30, 40, 50anos... 

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

DOR E ALEGRIA



Entrei no sétimo mês, inicia-se a jornada do último semestre de gestação, e a alegria de ter nossa filhota vencendo etapas é boa demais. Meu grande desejo é conseguir chegar ao nono mês e poder ter minha Julia de forma natural, ou ao menos um parto vaginal...nada de cesariana. 

Sei que tenho uma luta pela frente pois para o meu médico meus 40 anos (completos amanhã), aliados a um útero bicorno  com um histórico de septoplastia , somados ao aborto que sofri na minha primeira gestação, me classificam como grávida de alto risco e me remetem  à dura realidade de uma cesariana.

Só me resta tentar me preparar física e psicologicamente para reverter essa história e conseguir ter o parto que eu tanto sonhei: normal, comigo dando o melhor de mim para que minha filhota venha ao mundo da forma menos traumática e benéfica para ela. É o acesso mais forte e pessoal à minha feminilidade, ao controle sobre mim mesma e à minha capacidade de superação.

Nas leituras sobre parto ativo e humanização do parto encontro sempre menção ao grande fantasma que aterroriza as gestantes que pensam em um parto normal: A DOR. A idéia de sentir “a maior dor que já senti na vida” amedronta um pouco mas eu penso a dor, ou pelo menos, essa dor, de uma forma um pouco diferente.  Imagino que seja algo intenso e difícil mas, se meu corpo está preparado para ela, é uma dor esperada, não patológica e é possível de ser suportada e superada. É dor única, sem igual, que não durará para sempre, no máximo um punhado de horas, mas me trará uma recompensa para toda a vida (minha princesinha), essa sim para sempre, que também será única, sem igual, especial e inesquecível.

As pessoas falam de uma cesariana como se fosse garantia de tranqüilidade e ausência de dor, esquecendo-se que o pós- operatório dessa cirurgia envolve dores, limitações, cuidados muito mais prolongados que os que ocorrem no parto normal.

Vou tentar, até o último instante, ter um parto normal que marcará a mim e a minha filha, porém sua marca será muito mais pelo benefício, pelo vínculo criado e beleza do momento que pela dor passageira...essa dirá adeus tão logo meu corpo tenha cumprido seu papel e será rapidamente esquecida.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

ESSE NOSSO MOMENTO...





Gosto bastante do blog mamíferas e leio sempre que posso. São textos muito bons, bastante enriquecedores, criativos, divertidos e inteligentes. É de grande ajuda nessa fase de inúmeras dúvidas, de grande ansiedade e longa espera.


 E por falar em espera há um post fantástico que, inclusive, compartilhei em meu face. Descreve com exatidão o turbilhão de sentimentos e sensações que vivenciamos nesse nosso momento. Essa espera é mesmo um rico aprendizado pessoal, uma deliciosa e surpreendente viagem para dentro de si mesma, na procura de tornar-se uma pessoa melhor capaz de receber, cuidar e amar, esse novo ser que vai chegar, com dignidade, coerência e de forma incondicional.


Segue abaixo:


A arte de esperar

por Kalu

Foto: Kalu Brum.
E de repente está lá dentro. É só uma idéia, um desejo, uma vida que se adéqua aquele morador misterioso do quarto fechado. Dizem que ele aparecerá em quarenta semanas, mas até a idéia de um tempo tão longo é meio vaga.
Perguntam quanto tempo ele está lá. A gente não se e pouco se preocupa com as contas, 12 ou 15 semanas, tanto faz. Nem parece que está por lá. A gente ainda não espera. Idealiza mais do que qualquer coisa. A gente vive em paralelo a existência.
Mas a data de chegar se aproxima. E começamos a pensar como será sua chegada. Pode ser a qualquer hora. Lá dentro o universo arruma o esperado ser até que esteja pronto. Soarão os sinos para sua chegada, antes que a cortina comece a se abrir.
Esperar é das tarefas mais difíceis. Não sabemos por quanto tempo esperar, não sabemos o que nos espera. Lá fora querem que a gente o apresse, que batamos na porta ou que arrombemos a fechadura.
Que graça terá recebê-lo sem que esteja pronto, tendo ele que se compor em uma incubadora?  Esperar desperta as nossas virtudes. Gestamos a paciência, a confiança, a fé e a certeza. Na espera sentamos ao lado do medo, batemos bato com nossas frustrações, choramos com nossas cicatrizes de alma. Quem espera pulsa.
Por vezes achamos que a maçaneta girou ou que um barulho estranho aconteceu lá dentro.  Entendemos que produzimos na ansiedade de quem quer arrombar o buraco da ampulheta sinais não verdadeiros.
E na espera aprendemos mais sobre nós, a colocar nossas virtudes em cena. Relaxar na espera é uma linda lição. Esperaremos a hora dele andar, falar, dormir sozinho, fazer a primeira viagem. Se soubermos respeitar veremos o milagre.
A porta se abrirá, rangendo, devagar e lindamente. Aparecerá uma cabeça, um corpo. Olhos sorridentes, bocas gratas silenciosas por sua espera. A gente duvida se a porta se abrirá. Mas ela sempre se abre. Cabe manter-se confiante na sala de espera.

Posição como mãe dorme aumenta chance de morte prematura do bebê

Eu já havia lido sobre isso e venho praticando dormir do meu lado esquerdo, desde o início da gravidez. apesar de a cada dia ficar mais difícil e incômodo encontrar uma posição para deitar, pelo visto, tenho feito a coisa certa.



FONTE: FOLHA ON LINE

NOVA FASE

Chegando ao fim do sexto mês. Uma caminhada e tanto iniciada com o susto de um descolamento placentário de 60%. Repouso absoluto, afastamento total do trabalho (até então minha maior fonte de realização, alegria e prazer), ter que aprender a se deixar ser cuidada. Para mim, pessoa acostumada a "se bastar", tudo isso foi um desafio. Mas acaba sendo um treino para a vivência da maternidade que requer paciência, abnegação, doação constante, amor incondicional, desapego de si em prol de uma nova vida. 


Em todo tempo a compreensão, paciência o apoio constante e diário de Mah, meu companheiro, foi fundamental. Outra pessoa de fundamental importância para que tenha chegado até aqui foi a minha chefe Danielle Garcia que tem me proporcionado as condições necessárias para uma gravidez sem mais sobressaltos, tranquila e em casa. Ela é dessas pessoas com que a vida te presenteia e que se tornam queridas e exemplos para toda a vida.

Muitos momentos ruins ficaram para trás: sangramentos, ultrassons com a conclusão: Ameaça de Abortamento, evitar qualquer tipo de carícia mais íntima porque a excitação faz o útero contrair, angústias, medos, privações.
Muitos momentos bons surgiram: minha barriga crescendo cada dia mais, ultrassons tranquilas e com ótimo prognóstico, sentir minha filhota mexer, "ver" seu desenvolvimento, diminuir as privações, começar o enxoval, sonhar com Julia e até "sentir" seu cheirinho. Poder relaxar um pouco mais e fazer planos...muitos planos junto com meu Mah.