terça-feira, 24 de janeiro de 2012

DOR E ALEGRIA



Entrei no sétimo mês, inicia-se a jornada do último semestre de gestação, e a alegria de ter nossa filhota vencendo etapas é boa demais. Meu grande desejo é conseguir chegar ao nono mês e poder ter minha Julia de forma natural, ou ao menos um parto vaginal...nada de cesariana. 

Sei que tenho uma luta pela frente pois para o meu médico meus 40 anos (completos amanhã), aliados a um útero bicorno  com um histórico de septoplastia , somados ao aborto que sofri na minha primeira gestação, me classificam como grávida de alto risco e me remetem  à dura realidade de uma cesariana.

Só me resta tentar me preparar física e psicologicamente para reverter essa história e conseguir ter o parto que eu tanto sonhei: normal, comigo dando o melhor de mim para que minha filhota venha ao mundo da forma menos traumática e benéfica para ela. É o acesso mais forte e pessoal à minha feminilidade, ao controle sobre mim mesma e à minha capacidade de superação.

Nas leituras sobre parto ativo e humanização do parto encontro sempre menção ao grande fantasma que aterroriza as gestantes que pensam em um parto normal: A DOR. A idéia de sentir “a maior dor que já senti na vida” amedronta um pouco mas eu penso a dor, ou pelo menos, essa dor, de uma forma um pouco diferente.  Imagino que seja algo intenso e difícil mas, se meu corpo está preparado para ela, é uma dor esperada, não patológica e é possível de ser suportada e superada. É dor única, sem igual, que não durará para sempre, no máximo um punhado de horas, mas me trará uma recompensa para toda a vida (minha princesinha), essa sim para sempre, que também será única, sem igual, especial e inesquecível.

As pessoas falam de uma cesariana como se fosse garantia de tranqüilidade e ausência de dor, esquecendo-se que o pós- operatório dessa cirurgia envolve dores, limitações, cuidados muito mais prolongados que os que ocorrem no parto normal.

Vou tentar, até o último instante, ter um parto normal que marcará a mim e a minha filha, porém sua marca será muito mais pelo benefício, pelo vínculo criado e beleza do momento que pela dor passageira...essa dirá adeus tão logo meu corpo tenha cumprido seu papel e será rapidamente esquecida.

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